1 Introdução
As prioridades prudenciais no período de 2026 a 2028 refletem a estratégia de médio prazo da Supervisão Bancária do BCE para os próximos três anos. O Conselho de Supervisão do BCE define estas prioridades com base numa avaliação abrangente dos principais riscos e vulnerabilidades das entidades supervisionadas. As prioridades são revistas anualmente, a fim de refletir alterações no panorama de riscos e os resultados dos vários exercícios prudenciais, em particular do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (supervisory review and evaluation process – SREP)[1]. São também reanalisadas para avaliar os progressos realizados pelas instituições de crédito em relação a prioridades e requisitos regulamentares definidos em anos anteriores. Este tipo de análise anual resulta numa estratégia prospetiva e baseada no risco, que promove uma afetação eficiente dos recursos de supervisão e torna as medidas prudenciais mais transparentes e previsíveis para as instituições de crédito, assegurando, porém, suficiente flexibilidade para ajustar as prioridades, quando se justifica.
O sistema bancário europeu apresenta um perfil de risco sólido e fundamentos robustos, estando assim em boa posição para navegar o atual enquadramento geopolítico e macrofinanceiro extremamente incerto e apoiar a economia europeia de forma eficaz. Ao longo do último ano, o setor continuou a reportar posições de capital e de liquidez fortes e volumes baixos de créditos não produtivos (non‑performing loans – NPL), com níveis de rendibilidade que, até à data, provaram ser resilientes à descida das taxas de juro. Estes fundamentos sólidos – resultantes, em parte, da melhoria dos quadros prudencial e de supervisão desde a crise financeira mundial – permitiram ao setor superar os fatores económicos adversos decorrentes da intensificação das tensões e dos conflitos comerciais a nível mundial, bem como os subsequentes períodos de elevada volatilidade nos mercados financeiros. Além disso, nos últimos anos, a resiliência do setor bancário tem beneficiado de medidas públicas destinadas a apoiar a economia real e a mitigar o impacto de choques adversos. A resiliência geral do setor bancário a um cenário adverso induzido por tensões geopolíticas foi igualmente demonstrada no exercício de teste de esforço a nível da União Europeia (UE) conduzido este ano.
No entanto, as instituições de crédito precisam de estar preparadas para gerir desafios futuros. As incertezas a nível mundial aumentaram para níveis excecionais, criando um contexto de fragilidade acrescida, em que riscos antes considerados remotos estão a tornar‑se mais prováveis. As tensões geopolíticas e as mudanças nas políticas comerciais, as crises relacionadas com o clima e a natureza, as alterações demográficas e as ruturas tecnológicas estão a exacerbar as vulnerabilidades estruturais, aumentando a possibilidade de ocorrência de eventos extremos de probabilidade reduzida (riscos de cauda) para um nível sem precedentes. A incerteza é elevada. Esta combinação de fatores aumenta o risco de perturbações súbitas e graves, com consequências profundas tanto para as economias como para os mercados financeiros e as instituições de crédito. Corrobora o apelo, nos últimos anos, a que a instituições de crédito continuem vigilantes e evitem a complacência.
À luz destas perspetivas difíceis, as prioridades prudenciais no período de 2026 a 2028 refletem a necessidade de as instituições de crédito permanecerem resilientes face a riscos geopolíticos e incertezas macrofinanceiras (prioridade 1), assegurando simultaneamente uma resiliência operacional sólida e capacidades de tecnologias de informação e comunicação (TIC) fortes (prioridade 2).
Figura 1
Prioridades prudenciais no período de 2026 a 2028 centradas nas vulnerabilidades identificadas nas instituições de crédito

Fonte: BCE.
Notas: A figura apresenta as duas prioridades prudenciais no período de 2026 a 2028 e as vulnerabilidades correspondentes que as instituições de crédito deverão resolver nos próximos três anos. A Supervisão Bancária do BCE procederá a atividades específicas para avaliar, monitorizar e dar seguimento às vulnerabilidades identificadas. A categoria de risco geral associada a cada vulnerabilidade é indicada no lado direito da figura.
Cada prioridade prudencial visa um determinado conjunto de vulnerabilidades do setor bancário, para as quais foram definidos objetivos estratégicos específicos e desenvolvidos programas de trabalho ajustados. A figura 1 sintetiza os cinco objetivos no sentido de dar resposta às principais vulnerabilidades das instituições de crédito e a estratégia de médio a longo prazo centrada nas estratégias digitais – em particular, estratégias relacionadas com a inteligência artificial (IA) –, no governo e na gestão do risco das instituições de crédito. As duas prioridades enunciadas refletem o compromisso da Supervisão Bancária do BCE de promover um setor bancário europeu robusto, resiliente e sustentável, capaz de navegar um panorama de riscos cada vez mais complexo.
As prioridades prudenciais visam dar resposta às vulnerabilidades gerais de maior importância com que as instituições de crédito se deparam e contribuir para o trabalho mais alargado da Supervisão Bancária do BCE. Paralelamente, a Supervisão Bancária do BCE prossegue atividades de supervisão regulares, a fim de abordar outros domínios de risco pertinentes e continuar a apoiar a resiliência do setor bancário europeu a riscos específicos de cada instituição. O trabalho de seguimento a dar a prioridades definidas no passado também permanecerá um foco importante, a par da interação permanente com as instituições de crédito em matéria de supervisão.
As prioridades prudenciais promovem a eficácia e a coerência no trabalho de planeamento realizado pelas equipas conjuntas de supervisão (ECS) e facilitam uma afetação eficiente de recursos, em consonância com os níveis de tolerância ao risco predefinidos[2]. Ajudam igualmente as autoridades de supervisão nacionais a definir, de forma proporcionada, as suas próprias prioridades para a supervisão das instituições menos significativas. A comunicação transparente destas prioridades desempenha um papel crucial na clarificação das expectativas prudenciais junto das instituições de crédito, no reforço do impacto que esta supervisão tem no aumento da resiliência do setor bancário europeu e na criação de condições de igualdade para as instituições.
As secções seguintes fornecem uma visão geral da análise dos riscos realizada em 2025, juntamente com uma descrição pormenorizada das prioridades prudenciais e dos programas de trabalho para o período de 2026 a 2028.
2 Análise dos riscos e prioridades prudenciais no período de 2026 a 2028
2.1 Enquadramento macroeconómico e operacional das entidades supervisionadas
Ao longo do último ano, a conjuntura macroeconómica caracterizou‑se por uma intensificação das tensões no comércio mundial e riscos geopolíticos mais abrangentes, resultando em mudanças nas políticas comerciais e numa maior incerteza geral. No início de abril de 2025, o anúncio das novas tarifas dos Estados Unidos sobre importações provocou uma forte venda generalizada (sell‑off) de obrigações nos mercados obrigacionistas que intensificou os receios de uma recessão mundial. A incerteza em termos de políticas, em particular no comércio internacional, subiu para níveis sem precedentes, gerando considerável volatilidade nos mercados financeiros[3]. Os anúncios subsequentes – primeiro, de uma pausa temporária nos aumentos das tarifas aduaneiras e, mais tarde, de um acordo comercial, que evitou uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a UE – desencadearam uma retoma dos mercados acionistas. Apesar de as perdas iniciais tenham sido invertidas, os mercados acionistas permanecem voláteis e vulneráveis a novas reavaliações do preço do risco, devido a valorizações elevadas e a uma alta concentração de riscos[4].
Não obstante flutuações na atividade económica, as condições continuam a ser favoráveis a um fortalecimento do crescimento do produto interno bruto (PIB) real da área do euro no horizonte de projeção, projetando‑se que a inflação estabilize em torno do objetivo de médio prazo de 2%[5]. De acordo com as projeções, a atividade económica mais forte do que o esperado no primeiro trimestre de 2025, impulsionada, em parte, pela antecipação de exportações devido à expectativa de tarifas aduaneiras mais elevadas, dará lugar a um crescimento mais fraco no segundo semestre do ano. No entanto, projeta‑se que o crescimento do PIB real da área do euro aumente no médio prazo, apoiado pela melhoria do rendimento disponível real, pela menor incerteza, pela procura externa mais forte e pelo estímulo orçamental relacionado com a defesa e as infraestruturas. Indicadores de inquéritos também sugerem uma expansão modesta nos setores da indústria transformadora e dos serviços, sinalizando um dinamismo subjacente positivo da economia. Projeta‑se que a inflação global se mantenha em torno do objetivo de médio prazo de 2%, ao passo que a inflação subjacente deverá descer em resultado da diminuição das pressões sobre os custos do trabalho e da apreciação do euro.
Embora a incerteza tenha registado uma ligeira moderação no segundo semestre do ano, ainda se mantém elevada em comparação com os padrões históricos, acarretando riscos para as perspetivas económicas[6]. Os riscos para o crescimento económico tornaram‑se mais equilibrados, em virtude de os acordos comerciais terem reduzido a incerteza[7]. Todavia, uma nova intensificação das tensões no comércio mundial poderia pesar sobre o crescimento das exportações e atenuar o investimento e o consumo. As atuais tensões geopolíticas permanecem uma importante fonte de risco para as perspetivas macroeconómicas. Uma potencial deterioração do sentimento nos mercados financeiros pode resultar em condições de financiamento mais restritivas, num aumento da aversão ao risco e num enfraquecimento do crescimento. Além disso, a combinação de um crescimento mais fraco do que o esperado, de necessidades de maiores gastos em defesa e de desafios estruturais – como a baixa produtividade, o envelhecimento da população, as alterações climáticas e a digitalização – pode comprometer a sustentabilidade da dívida pública, sobretudo em países altamente endividados[8].
Até à data, os mercados financeiros e o setor bancário europeu demonstraram uma forte resiliência a choques externos – neste aspeto, por vezes com a ajuda de um conjunto de medidas públicas favoráveis, incluindo as políticas orçamentais e a política monetária. A ampla liquidez disponível no sistema financeiro desempenhou um papel crucial na contenção do número de posições anuladas durante a venda generalizada de obrigações ocorrida em abril. Se bem que a turbulência relacionada com as tarifas aduaneiras e o associado pico de volatilidade macroeconómica tenham sido consideráveis, revelaram‑se de curta duração. Os mercados acionistas recuperaram rapidamente após o anúncio de uma pausa temporária nos aumentos das tarifas aduaneiras, tendo os preços dos ativos bancários europeus sido apoiados pelos seus fundamentos sólidos. Na sequência dos choques decorrentes das políticas comerciais, a probabilidade de novas tensões geopolíticas e macrofinanceiras permanece alta, elevando o risco de reavaliações súbitas do preço do risco nos mercados, o que poderia ter implicações adversas para a estabilidade financeira da área do euro e da economia mundial. Este risco pode, por sua vez, ser exacerbado pela crescente interligação entre instituições de crédito e instituições financeiras não bancárias[9].
Acresce que as necessidades de despesa pública elevada, aliadas a uma margem orçamental disponível restrita, podem suscitar preocupações quanto à sustentabilidade da dívida pública de alguns países, conduzindo a um aumento dos custos de financiamento e repercussões para as instituições de crédito e as empresas[10]. No futuro, tal pode também limitar a margem de manobra disponível em termos de políticas para amortecer choques sobre a economia real.
2.2 Prioridade 1: reforçar a resiliência das instituições de crédito face a riscos geopolíticos e incertezas macrofinanceiras
O atual enquadramento macrofinanceiro e geopolítico confirma a necessidade de forte resiliência financeira no setor bancário europeu e justifica uma atenção prudencial cada vez maior num conjunto de aspetos. Mais especificamente, as instituições de crédito devem assegurar uma assunção de riscos prudente e critérios de concessão de crédito sólidos, com vista a evitar a acumulação de novos créditos não produtivos. Além disso, as autoridades de supervisão prestarão especial atenção ao modo como as instituições de crédito implementam os novos métodos‑padrão – mais sensíveis ao risco e concebidos para facilitar o cálculo dos requisitos de fundos próprios – previstos no terceiro regulamento em matéria de requisitos de fundos próprios (Capital Requirements Regulation – CRR III) e na sexta diretiva em matéria de requisitos de fundos próprios (Capital Requirements Directive – CRD VI), o “pacote bancário CRR III/CRD VI”. Estes novos quadros de requisitos de capital alinham melhor os requisitos de fundos próprios com os riscos efetivos das instituições de crédito. O seu impacto nos cálculos dos ativos ponderados pelo risco deverá aumentar ao longo do tempo com a introdução gradual do novo limite mínimo do montante total das posições em risco (output floor). Por último, a frequência cada vez maior de catástrofes climáticas e a lentidão dos progressos no sentido de alcançar as metas de emissões líquidas nulas estabelecidas no Acordo de Paris exigem que as instituições de crédito reforcem ainda mais a gestão dos riscos relacionados com o clima e a natureza.
Como importante fator impulsionador da incerteza macroeconómica, os riscos geopolíticos continuam a ser um dos focos das prioridades prudenciais do BCE. Nessa conformidade, o teste de esforço temático de 2026 avaliará cenários de risco geopolítico específicos de cada instituição e o potencial dos mesmos para terem um impacto significativo na solvência das instituições de crédito[11]. Ajudará também a determinar de que forma os cenários de risco geopolítico considerados pelas instituições de crédito podem ter impacto nas respetivas condições de financiamento e de liquidez. Devido à sua natureza transversal, os riscos geopolíticos serão captados tanto nas atividades de supervisão priorizadas como nas atividades de supervisão regulares. Como parte das atividades regulares, as autoridades de supervisão avaliarão a capacidade das instituições de crédito para resistir a choques geopolíticos e analisarão as declarações de adequação do capital interno e da liquidez interna, os processos de planeamento da liquidez e do financiamento, os planos de recuperação e os quadros de teste de esforço internos das mesmas.
2.2.1 Vulnerabilidade priorizada: assegurar uma assunção de riscos prudente e critérios de concessão de crédito sólidos
Objetivo estratégico: a fim de promover uma assunção de riscos prudente, as entidades supervisionadas devem aplicar e manter critérios de concessão de crédito sólidos e fixar preços com base no risco, procedendo, simultaneamente, a ajustamentos face a alterações do enquadramento macrofinanceiro e das suas próprias circunstâncias.
A qualidade dos ativos das entidades supervisionadas manteve‑se, em geral, estável ao longo do último ano, apoiada pela resiliência das famílias e das empresas às taxas de juro mais elevadas. Não obstante um ligeiro aumento dos volumes de créditos não produtivos no último ano (predominantemente nos segmentos do crédito ao consumo e do crédito a pequenas e médias empresas), os rácios de créditos não produtivos da maioria das entidades supervisionadas melhoraram. As perspetivas económicas da área do euro permanecem globalmente propícias, devendo as taxas de juro mais baixas e os níveis de dívida mais benignos atenuar a pressão sobre o serviço da dívida. Os mercados imobiliários residenciais também deverão manter‑se resilientes, beneficiando das condições favoráveis do mercado de trabalho. Verificam‑se sinais de estabilização no segmento do imobiliário comercial, ainda que o setor de alto risco (subprime) do imobiliário para escritórios permaneça fraco face à persistente menor procura[12]. Ao mesmo tempo, subsistem riscos em alta significativos, decorrentes sobretudo das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a UE e dos riscos geopolíticos mais amplos, o que pode afetar setores com elevados volumes de exportações para os Estados Unidos (como os setores automóvel, de produtos químicos ou farmacêutico), provocando potencialmente uma diminuição da qualidade dos ativos. Em resposta a estas incertezas a nível mundial, algumas instituições de crédito começaram a aumentar as respetivas provisões, mas o custo agregado do risco e dos níveis de provisionamento manteve‑se, em geral, estável. Tendo em conta a possibilidade de deterioração das condições macroeconómicas, em resultado da intensificação das tensões geopolíticas e no comércio mundial, é, portanto, fundamental assegurar que as instituições de crédito aplicam critérios sólidos de subscrição (“critérios de tomada firme”, na terminologia do CRR III) na produção de novos empréstimos[13].
Avaliações prudenciais revelam que, não obstante os progressos realizados, algumas instituições de crédito ainda apresentam deficiências nos regimes assentes na Norma Internacional de Relato Financeiro 9 (International Financial Reporting Standard 9 – IFRS 9) e nos quadros de gestão do risco de crédito das suas carteiras mais vulneráveis. Análises no local e remotas revelaram melhorias na captação da evolução dos riscos[14], nomeadamente dos riscos relacionados com o clima e a natureza, mas persistem problemas como sobreposições arbitrárias e uma captação inadequada do risco[15]. No SREP de 2025, as autoridades de supervisão identificaram deficiências nos regimes de provisionamento e assentes na IFRS 9 e continuarão a dar seguimento às deficiências remanescentes no âmbito do seu trabalho de supervisão regular. Além disso, as autoridades de supervisão prosseguiram o acompanhamento atento da gestão de devedores mais vulneráveis praticada pelas instituições de crédito. Uma análise específica da carteira de crédito a pequenas e médias empresas revelou deficiências materialmente significativas em termos de governo (incluindo instituições de crédito que utilizam dados desatualizados para realizar avaliações), sistemas de alerta precoce (muitas vezes, assentes apenas em notações) e preparação para casos de dificuldades financeiras dos mutuários. Inspeções no local centradas no risco de crédito de pequenas e médias empresas, bem como de outras carteiras vulneráveis (como o crédito imobiliário comercial), continuaram a revelar problemas relacionados com o provisionamento, os processos de gestão do risco de crédito (incluindo valorização de garantias), o governo e a qualidade dos dados.
Em termos prospetivos, as autoridades de supervisão priorizarão a assunção prudente de riscos e a aplicação de critérios sólidos de subscrição de empréstimos pelas instituições de crédito, no sentido de evitar futuros créditos não produtivos. Com base no exercício de 2019[16], será realizada uma análise temática para avaliar a forma como as instituições de crédito mitigam potenciais perdas através dos seus quadros de concessão de crédito. Seguir‑se‑ão iniciativas específicas, incluindo medidas corretivas e inspeções no local centradas no risco de crédito, que abrangerão os critérios de subscrição de empréstimos. No caso de instituições de crédito em que a análise temática identifique problemas relacionados com a fixação dos preços dos empréstimos ou a gestão dos custos, serão realizadas análises suplementares, com vista a avaliar se as práticas de concessão de empréstimos estão em consonância com os objetivos definidos para alcançar uma rentabilidade sustentável.
2.2.1.1 Principais atividades integradas no programa de trabalho associado a estas prioridades prudenciais
- Análise temática dos critérios de subscrição de empréstimos, centrada em novos empréstimos, para avaliar a forma como as instituições de crédito tencionam mitigar potenciais perdas de crédito futuras
- Análise específica da fixação dos preços dos empréstimos, como seguimento a dar à análise temática, a fim de avaliar as práticas e normas aplicadas pelas instituições de crédito na fixação dos preços dos empréstimos
- Inspeções no local centradas no risco de crédito, incluindo os quadros das instituições de crédito para a originação e subscrição de empréstimos
2.2.2 Vulnerabilidade priorizada: garantir uma capitalização adequada e a aplicação coerente do CRR III
Objetivo estratégico: no sentido de manterem uma capitalização adequada, as entidades supervisionadas precisam de aplicar, de forma coerente e exata, o novo método‑padrão, previsto no CRR III, para o cálculo dos requisitos mínimos de fundos próprios.
O quadro final de Basileia III, desenvolvido em resposta à crise financeira mundial, visa tornar as instituições de crédito mais bem equipadas para absorver choques económicos e, ao mesmo tempo, manterem a sua capacidade de financiar a atividade económica e apoiar o crescimento. Na UE, foi implementado através do pacote bancário CRR III/CRD VI, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2025. Este pacote legislativo reforça os requisitos de governo e supervisão bancária europeia e introduz alterações importantes no cálculo dos ativos ponderados pelo risco das instituições de crédito em todas as categorias de risco prudenciais.
Por conseguinte, é fundamental que as instituições de crédito apliquem o novo método‑padrão de forma coerente e exata, a fim de assegurar um maior alinhamento dos requisitos de fundos próprios com os riscos efetivos das mesmas. Embora as análises prudenciais relevantes efetuadas no passado tenham sido um pouco restritas, análises específicas, realizadas pelas ECS e no contexto de inspeções no local, da implementação pelas instituições de crédito do método‑padrão apontaram, em geral, para deficiências materialmente relevantes decorrentes de incorreções na classificação de exposições, na afetação de ponderações do risco e na valorização de garantias, ou verificações deficientes pelas funções responsáveis pelo controlo do risco.
Será necessário um controlo prudencial mais rigoroso no futuro, a fim de ter em conta o papel cada vez mais importante que o método‑padrão desempenhará na determinação da solvência das instituições de crédito, nomeadamente através do cálculo do novo limite mínimo do montante total das posições em risco. No que respeita ao risco de crédito, as autoridades de supervisão avaliarão a aplicação, pelas instituições de crédito, do método‑padrão na sequência das alterações relevantes introduzidas pelo CRR III. As autoridades de supervisão combinarão inspeções no local com análises específicas, para avaliar a adequação dos quadros das instituições de crédito relativos a fundos próprios. A resolução das constatações associadas será abordada pelas ECS através das medidas de seguimento regulares. No tocante ao risco operacional, o CRR III introduz um novo método não assente em modelização interna que é aplicável a todas as instituições de crédito e substitui o método anterior. À semelhança do que acontece com o risco de crédito, as autoridades de supervisão procederão a uma análise inicial destinada a identificar potenciais valores anómalos com base nos ativos ponderados pelo risco reportados pelas instituições de crédito e em outras avaliações qualitativas, realizando subsequentemente uma análise específica das instituições com maior risco de erros de cálculo. Quanto ao risco de mercado, em virtude do adiamento da primeira data de aplicação da revisão fundamental da carteira de negociação, as análises prudenciais específicas relevantes só serão realizadas a pedido das ECS, dependendo dos resultados do seu diálogo permanente com as instituições de crédito neste domínio.
2.2.2.1 Principais atividades integradas no programa de trabalho associado a estas prioridades prudenciais
- Risco de crédito: análises específicas e inspeções no local, centradas no cálculo dos ativos ponderados pelo risco aplicando o método‑padrão
- Risco operacional: análises específicas do cálculo da componente do indicador de atividade para facilitar o cálculo dos requisitos de fundos próprios correspondentes
2.2.3 Vulnerabilidade priorizada: assegurar uma gestão prudente dos riscos relacionados com o clima e a natureza
Objetivo estratégico: as instituições de crédito devem avaliar e gerir eficazmente os riscos de curto, médio e longo prazo decorrentes de crises relacionadas com o clima e a natureza e corrigir as deficiências persistentes nos correspondentes quadros de gestão do risco.
Com as temperaturas mundiais a ultrapassarem 1,5 °C acima da média pré‑industrial e sendo a Europa o continente a aquecer mais rapidamente na Terra[17], eventos graves relacionados com o clima e a natureza estão a tornar‑se mais frequentes e onerosos. Ocorrências como as recentes inundações e incêndios florestais na Europa demonstram o crescente impacto humano e económico das crises relacionadas com o clima e a natureza[18]. Ao mesmo tempo, a lacuna substancial e cada vez maior em termos de seguros de proteção – com apenas cerca de 25% das perdas resultantes de catástrofes naturais a ser cobertas – acarreta mais riscos para o crescimento do PIB e, potencialmente, para as posições em risco no balanço das instituições de crédito[19]. Além disso, o atraso nos progressos das economias mundiais no sentido de alcançar as metas de emissões líquidas nulas estabelecidas no Acordo de Paris está a aumentar o risco de transição[20]. Um cenário de transição “run on brown” (caracterizado por vendas súbitas e generalizadas de ativos de empresas hipercarbónicas) desordenado[21], conjugado com uma recessão, poderia resultar em perdas consideráveis para as instituições de crédito europeias em termos de risco de crédito e de mercado[22].
As instituições significativas realizaram progressos assinaláveis e estão em boa posição para cumprir os requisitos prudenciais relativos ao planeamento da transição. As instituições de crédito europeias fizeram progressos consideráveis na abordagem dos riscos decorrentes de crises relacionadas com o clima e a natureza. Enquanto, em 2019, menos de um quarto das instituições de crédito da área do euro tinha refletido sobre estes riscos, atualmente, têm um número crescente de práticas avançadas para identificar, monitorizar e – mais importante ainda – gerir os riscos relacionados com o clima e a natureza. Em 2022, quase 80% tinham apenas práticas básicas de gestão do risco ou não tinham qualquer prática. Atendendo ao modesto grau de preparação das instituições de crédito na altura, na sequência da análise temática centrada nos riscos climáticos e ambientais e do teste de esforço de centrado no risco climático, realizados em 2022, a Supervisão Bancária do BCE instou as instituições de crédito a acelerar os progressos. Definiu claros prazos intercalares até 2023 e prazos últimos até ao final 2024, para as instituições de crédito alinharem as suas práticas com as expectativas prudenciais, tendo em conta as respetivas especificidades. Um aspeto positivo é o facto de o número de instituições de crédito com falta de elementos de base ter diminuído de forma acentuada nos últimos anos[23]. Além disso, os progressos alcançados pelas instituições de crédito na gestão dos riscos relacionados com o clima e a natureza permitem‑lhes reforçar as capacidades internas para gerir eficazmente outros riscos, tais como os riscos geopolíticos. A análise do risco de cadeia de abastecimento e do risco de concentração (por exemplo, conhecer as pegadas geográficas, as dependências e as vulnerabilidades dos clientes), o planeamento de cenários e um quadro de testes de esforço (nomeadamente, conceber e testar cenários plausíveis, mas incertos) são apenas alguns aspetos que beneficiaram do reforço da gestão dos riscos relacionados com o clima e a natureza pelas instituições de crédito nos últimos anos. Todos estes instrumentos podem ser aplicados para monitorizar e avaliar o impacto de outros fatores de risco transversais, como os riscos geopolíticos.
Todavia, um esforço sustentado continua a ser crítico. A evolução do panorama de riscos já indica que os riscos relacionados com o clima e a natureza apresentam uma tendência ascendente[24] e que, ao contrário dos fatores de risco cíclicos, o risco climático constitui um choque permanente a evoluir apenas numa direção, com graves efeitos de longo prazo nos preços da habitação e no valor de outros ativos[25]. Esta tendência reflete‑se também na evolução mais recente das avaliações da materialidade realizadas pelas instituições de crédito, revelando que 90% das instituições de crédito inquiridas consideram ter uma exposição materialmente relevante a riscos relacionados com o clima e a natureza, o que compara com cerca de 50% em 2021. Acresce que a modelização e quantificação destes riscos continuam a ser incipientes e estão sujeitas a subestimações consideráveis, por exemplo, nos modelos do risco físico[26]. A Supervisão Bancária do BCE observa igualmente desafios contínuos – incluindo riscos físicos relacionados com o clima e a natureza – e a acumulação de deficiências específicas em determinadas instituições de crédito, particularmente no que toca à exaustividade das suas práticas. As autoridades de supervisão darão, portanto, seguimento a estas deficiências como parte das suas atividades de supervisão regulares.
Futuramente, as autoridades de supervisão continuarão a monitorizar os progressos e a resolução de deficiências pelas instituições de crédito, procedendo também a exercícios de supervisão específicos centrados nos requisitos prudenciais de planeamento da transição e nos desafios persistentes em termos do cumprimento pelas instituições de crédito das expectativas prudenciais e dos requisitos regulamentares relativos à gestão dos riscos relacionados com o clima e a natureza. Em conformidade com a CRD VI, será solicitado às instituições de crédito que elaborem planos de transição de caráter prudencial, que serão revistos pelas autoridades de supervisão, em conformidade com as orientações sobre a gestão dos riscos ambientais, sociais e de governação, emitidas pela Autoridade Bancária Europeia (European Banking Authority – EBA). A Supervisão Bancária do BCE adotará uma abordagem gradual e direcionada, centrando‑se nos novos elementos introduzidos pelas orientações da EBA, primeiro através de diálogos informais com as instituições de crédito e depois através de uma análise temática. As autoridades de supervisão continuarão igualmente a monitorizar o cumprimento, pelas instituições de crédito, dos requisitos de divulgação no âmbito do Pilar 3 relativos a questões ambientais, sociais e de governação e procederão a uma análise específica das suas divulgações sobre o risco físico. A Supervisão Bancária do BCE efetuará novas análises da capacidade das instituições de crédito para dar resposta aos desafios contínuos, incluindo os associados ao risco físico. Além disso, serão também realizadas inspeções no local específicas que incidirão sobre a gestão pelas instituições de crédito dos riscos relacionados com o clima e a natureza. Essas inspeções ocorrerão quer numa base autónoma (com ênfase sobretudo nestes riscos), quer como parte de inspeções no local centradas em riscos específicos, como o risco de crédito. Por último, a Supervisão Bancária do BCE visa atualizar oportunamente o seu compêndio de boas práticas no que respeita aos riscos relacionados com o clima e a natureza.
Principais atividades integradas no programa de trabalho associado a estas prioridades prudenciais
- Seguimento e monitorização específicos da resolução, pelas instituições de crédito, das deficiências remanescentes, identificadas no contexto da análise temática e do teste de esforço centrado no risco climático realizados em 2022
- Análise temática do planeamento da transição efetuado pelas instituições de crédito em consonância com o pacote CRD VI
- Avaliação horizontal do cumprimento, pelas instituições de crédito, dos requisitos de divulgação no âmbito do Pilar 3 relativos a questões ambientais, sociais e de governação
- Análise aprofundada das capacidades das instituições de crédito para dar resposta a desafios contínuos, incluindo o risco físico
- Inspeções no local específicas centradas na gestão dos riscos relacionados com o clima e a natureza, a realizar numa base individual ou como parte de análises planeadas de outros domínios de risco
2.3 Prioridade 2: aumentar a resiliência operacional das instituições de crédito e promover capacidades de TIC robustas
Quadros de gestão do risco operacional fortes e resilientes, bem como capacidades de TIC robustas, são cruciais para reduzir riscos emergentes e evitar perturbações em operações e serviços críticos. Com a entrada em vigor do regulamento relativo à resiliência operacional digital (o Regulamento DORA) no início de 2025, as instituições de crédito têm agora de assegurar que aplicam os requisitos pertinentes com coerência e rapidez, em especial os relacionados com a gestão do risco das TIC devido a terceiros e a gestão da resposta a incidentes. Além disso, continua a ser essencial resolver as deficiências materialmente relevantes identificadas no âmbito de anteriores análises prudenciais centradas na cibersegurança, na gestão do risco de terceiros e na agregação e reporte de dados sobre o risco. No contexto de uma estratégia de médio a longo prazo e face à crescente digitalização das operações bancárias, a Supervisão Bancária do BCE também intensificará gradualmente os esforços no sentido de interagir com as instituições de crédito sobre a forma como utilizam novas tecnologias (em particular, a IA) para explorar potenciais ganhos, estando, ao mesmo tempo, cientes dos riscos associados. Tal contribuirá para o desenvolvimento de uma futura abordagem prudencial.
2.3.1 Vulnerabilidade priorizada: implementar quadros de gestão do risco operacional sólidos e resilientes
Objetivo estratégico: com vista a melhorar a capacidade de prevenir perturbações em operações e serviços críticos, de resistir a essas perturbações e de recuperar das mesmas, as instituições de crédito devem desenvolver e manter quadros de gestão do risco operacional sólidos e resilientes. Devem prosseguir os seus esforços para resolver de forma célere e eficaz as deficiências já identificadas no domínio da cibersegurança e da gestão do risco de terceiros e cumprir plenamente o Regulamento DORA.
A rápida evolução do panorama de ciberameaças, amplificada por riscos geopolíticos, continua a desafiar as capacidades das instituições de crédito em termos de cibersegurança e gestão do risco de terceiros. Os ciberincidentes significativos reportados duplicaram nos últimos anos[27]. Os ataques com software de sequestro (ransomware) tornaram‑se mais sofisticados e atividades patrocinadas por Estados constituem ameaças persistentes – incluindo ameaças híbridas, como a manipulação de informação –, que exigem vigilância constante[28]. Embora as instituições de crédito se tenham mostrado resilientes a estes ataques – e a outros incidentes de natureza operacional – e tenham conseguido evitar perturbações graves, acontecimentos recentes como os cortes de energia ocorridos na Europa sublinham a importância de desenvolverem instrumentos de redução do risco e aplicarem planos de contingência eficazes no tocante aos riscos para as suas infraestruturas críticas, abrangendo todos os sistemas de informação críticos e uma multiplicidade de cenários plausíveis[29]. Os avanços no desenvolvimento de aplicações assentes na IA também poderão pôr consideravelmente à prova a cibersegurança das instituições de crédito, visto que qualquer subestimação dos riscos de segurança associados antes da implementação dessas aplicações pode introduzir vulnerabilidades críticas para os sistemas de TIC[30]. Além disso, o reporte regular para fins de supervisão indica que as instituições de crédito estão fortemente dependentes de um pequeno número de terceiros prestadores de serviços, muitos deles localizados fora da UE[31]. Estas circunstâncias aumentam a complexidade dos acordos de subcontratação das instituições de crédito, expondo‑as a vulnerabilidades acrescidas, em particular devido a tensões geopolíticas.
Os resultados agregados do ciclo de 2025 do SREP e as constatações feitas nas atividades de supervisão confirmam a necessidade de reforçar as práticas de gestão do risco das TIC seguidas pelas instituições de crédito. O risco operacional e o risco das TIC continuam a ter as piores notações médias no SREP. As análises prudenciais revelaram problemas recorrentes nas estratégias de cibersegurança, deficiências na gestão de ciberincidentes e lacunas nos quadros de gestão do risco de terceiros[32]. A Supervisão Bancária do BCE finalizou recentemente o seu Guia sobre a subcontratação de serviços de computação em nuvem a prestadores de serviços de computação em nuvem, com o objetivo de dar resposta à crescente utilização, pelas instituições de crédito, de soluções de computação em nuvem. O guia descreve as expectativas prudenciais no que respeita à aplicação dos requisitos relacionados com o Regulamento DORA. Fornece exemplos de boas práticas para uma gestão eficaz do risco de subcontratação de serviços de computação em nuvem, visando, ao mesmo tempo, assegurar condições de igualdade para todas as entidades supervisionadas.
No futuro, a Supervisão Bancária do BCE promoverá uma aplicação sólida e coerente dos requisitos relacionados com o Regulamento DORA. O cumprimento do Regulamento DORA será avaliado no contexto de um vasto leque de atividades. Na sequência de anteriores análises prudenciais da segurança/ciber‑resiliência informática e da gestão do risco de subcontratação de serviços informáticos, proceder‑se‑á agora a um seguimento específico junto das instituições de crédito com deficiências materialmente relevantes nestes domínios, com o objetivo de promover uma correção atempada e eficaz. Para o efeito, serão realizadas duas campanhas de inspeções no local centradas na gestão da cibersegurança e do risco de terceiros, que abrangerão as instituições de crédito mais vulneráveis identificadas pelas ECS. No âmbito do novo mandato de superintendência ao abrigo do Regulamento DORA, serão igualmente realizados testes de penetração baseados em ameaças, a fim de reforçar as estratégias de ciber‑resiliência das instituições de crédito. Com base na versão final publicada do Guia sobre a subcontratação de serviços de computação em nuvem a prestadores de serviços de computação em nuvem, as autoridades de supervisão procederão também a uma análise aprofundada do grau de preparação de instituições de crédito específicas para potenciais perturbações nos seus serviços provocadas por um importante prestador de serviços de computação em nuvem. Por último, considerando que a principal causa de interrupção não planeada da atividade das instituições de crédito se prende frequentemente com alterações dos sistemas de TIC, a Supervisão Bancária do BCE realizará uma análise específica da gestão de alterações das TIC, com vista a identificar lacunas nos quadros de controlo básico e melhorar as capacidades das instituições de crédito em termos de gestão de alterações.
A superintendência de terceiros prestadores de serviços de TIC críticos ao abrigo do Regulamento DORA terá início em janeiro de 2026. A Supervisão Bancária do BCE apoia fortemente o novo quadro de superintendência, que ajudará a reforçar a resiliência operacional digital no conjunto do setor financeiro da UE. A superintendência, pelas instituições, de terceiros prestadores de serviços de TIC críticos visa complementar, mas não substituir, a gestão sólida do risco de terceiros.
2.3.1.1 Principais atividades integradas no programa de trabalho associado a estas prioridades prudenciais
- Medidas de seguimento específicas relativamente às estratégias de correção aplicadas por instituições de crédito que reportaram deficiências materialmente relevantes em termos de segurança/ciber‑resiliência das TIC e subcontratação de TIC
- Duas campanhas de inspeções no local centradas na gestão da cibersegurança e na gestão do risco de terceiros, em conformidade com os novos requisitos estabelecidos pelo Regulamento DORA
- Testes de penetração baseados em ameaças para identificar as vulnerabilidades das instituições de crédito e melhorar a sua resiliência em matéria de cibersegurança
- Análise específica da gestão de alterações das TIC
- Análise aprofundada da dependência das instituições de crédito de prestadores de serviços de computação em nuvem, de modo a avaliar o grau de preparação das mesmas para potenciais perturbações nos serviços
2.3.2 Vulnerabilidade priorizada: resolver deficiências nas capacidades de reporte de dados sobre o risco e nos sistemas de informação associados
Objetivo estratégico: para apoiar uma gestão sólida do risco e uma tomada de decisões eficaz, as instituições de crédito devem intensificar os seus esforços no sentido de corrigir, com eficácia e celeridade, as deficiências materialmente relevantes identificadas nos respetivos quadros de agregação e reporte de dados sobre o risco e alinhar esses quadros com as expectativas prudenciais enunciadas no guia do BCE sobre a matéria.
O contexto geopolítico incerto e a rápida digitalização de operações e serviços das instituições de crédito sublinham a necessidade de sistemas de informação internos resilientes e de capacidades robustas de agregação e reporte de dados sobre o risco. Informação atempada e rigorosa sobre o risco é essencial para uma direção eficiente, uma tomada de decisões estratégicas oportuna e uma gestão de crises eficaz. Além disso, um quadro sólido de agregação e reporte de dados sobre o risco coloca as instituições de crédito numa posição favorável para explorar ferramentas de digitalização e tecnologias como a IA e a análise de dados avançada[33].
Contudo, os progressos realizados pelas entidades supervisionadas na correção das deficiências estruturais dos respetivos quadros de agregação e reporte de dados sobre o risco permanecem lentos e as atividades de supervisão durante o ciclo do ano passado revelam a necessidade de continuar a intensificar os esforços de correção, a fim de colmatar lacunas face às expectativas prudenciais. Os resultados do ciclo de 2025 do SREP apontam para deficiências persistentes nos quadros de agregação e reporte de dados sobre o risco utilizados pelas instituições de crédito, não tendo sido registadas melhorias da notação média correspondente em comparação com o ano anterior. A campanha de inspeções no local realizada entre 2022 e 2024 e as análises específicas de 2024 centradas nos quadros de agregação e reporte de dados sobre o risco revelaram deficiências i) nos quadros de governo dos dados, incluindo a amplitude ou a adequação do envolvimento dos órgãos de administração; ii) na infraestrutura de dados e arquitetura informática; e iii) na exatidão e integridade dos dados. As análises específicas de 2024 também apontaram para lacunas face aos princípios do Comité de Basileia de Supervisão Bancária para a agregação e o reporte eficazes de dados sobre o risco – Principles for effective risk data aggregation and risk reporting (BCBS 239) – e às expectativas prudenciais relevantes enunciadas no guia do BCE sobre a matéria (Guide on effective risk data aggregation and risk reporting).
Os esforços de supervisão intensificar‑se‑ão para assegurar que as instituições de crédito melhoram os respetivos quadros e capacidades de agregação e reporte de dados sobre o risco e cumprem as expectativas prudenciais aplicáveis. Em dezembro de 2024, o Conselho de Supervisão do BCE aprovou uma estratégia a nível do sistema, que abrange todas as entidades supervisionadas, com vista a monitorizar o cumprimento das expectativas prudenciais e, quando aplicável, dar seguimento às estratégias de resolução. Esta estratégia centrou‑se inicialmente na responsabilização dos órgãos de administração pela superintendência e a implementação do quadro de agregação e reporte de dados sobre o risco, passando depois a abranger gradualmente outras expectativas prudenciais, tais como a gestão da qualidade dos dados e a arquitetura informática/de dados. Um processo de resolução e de intensificação das medidas prudenciais claramente definido norteará a atuação das autoridades de supervisão, as quais utilizarão, se necessário, o conjunto de instrumentos prudenciais disponíveis. Serão realizadas inspeções no local específicas para obter informação adicional sobre os progressos efetuados pelas instituições de crédito na resolução de problemas de elevada gravidade e constatações mais complexas.
2.3.2.1 Principais atividades integradas no programa de trabalho associado a estas prioridades prudenciais
- Estratégia a nível do sistema e análises prudenciais relacionadas para monitorizar o cumprimento, pelas instituições de crédito, das expectativas prudenciais relativas aos quadros de agregação e reporte de dados sobre o risco e a resolução eficaz das constatações mais materialmente relevantes
- Inspeções no local específicas centradas nos quadros de agregação e reporte de dados sobre o risco, abrangendo instituições de crédito que exigem uma avaliação mais aprofundada, bem como inspeções no local específicas focadas em constatações graves anteriores
2.3.3 Estratégia em termos de prioridades de médio a longo prazo centradas nas estratégias digitais (em particular, estratégias relacionadas com a IA), no governo e na gestão do risco das instituições de crédito
Objetivo estratégico: ao recorrerem a novas tecnologias (em especial, à IA) para aumentar a eficiência e a inovação, as instituições de crédito devem dispor de estratégias que reflitam eficazmente as oportunidades e os riscos decorrentes das aplicações conexas e criar um quadro de governo e controlo do risco sólido para gerir os riscos subjacentes.
As entidades supervisionadas devem priorizar os seus esforços de digitalização para reforçar a competitividade e gerir de forma eficaz os riscos decorrentes de novas tecnologias. As rápidas mudanças tecnológicas – em especial, no domínio da IA – estão a transformar o setor bancário e as instituições de crédito devem agir estrategicamente para captar valor a longo prazo e adaptar os respetivos modelos de negócio. Fatores do lado da oferta (incluindo uma disponibilidade mais acessível e mais vasta de recursos técnicos, como o desenvolvimento de modelos e o armazenamento em nuvem) e fatores do lado da procura (nomeadamente ganhos de eficiência esperados e maior competitividade) estão a conduzir a uma utilização mais ampla da IA nas instituições de crédito, partindo, muitas vezes, de capacidades de modelização estabelecidas a nível interno. Ainda que a IA tenha o potencial para melhorar a gestão do risco e o tratamento de informação, além de proporcionar ganhos de eficiência através da automatização, os riscos associados podem tornar‑se mais visíveis com a utilização mais ampla das correspondentes aplicações assentes na IA. Neste contexto, as ferramentas de IA generativa constituem um importante avanço tecnológico, com um impacto potencialmente elevado nas instituições de crédito. Embora a tecnologia esteja em constante evolução, a incidência prudencial continuará a ser neutra do ponto de vista tecnológico e centrada nos casos e riscos de utilização. A crescente utilização de ferramentas de IA tanto em instituições prudenciais como não prudenciais exige, assim, uma abordagem estruturada e holística que integre a estratégia, o governo e a gestão dos riscos associados à IA. Por sua vez, as autoridades de supervisão têm de aperfeiçoar os respetivos quadros de avaliação, com vista a avaliar melhor as estratégias das instituições de crédito em matéria de IA, promover a adoção das melhores práticas do setor e assegurar que são aplicadas salvaguardas adequadas. Esta prioridade visa ajudar a adotar uma orientação prudencial estratégica em relação quer às oportunidades quer aos riscos inerentes a aplicações assentes em IA e abrir caminho a potenciais ajustamentos do conjunto de instrumentos prudenciais. Desta forma, a Supervisão Bancária do BCE pode ajudar as instituições de crédito a responder proativamente a riscos emergentes, permitindo um alinhamento eficaz entre a habitual incidência de curto a médio prazo das prioridades prudenciais e uma perspetiva estratégica a mais longo prazo.
Nos últimos anos, a Supervisão Bancária do BCE identificou aspetos importantes para orientar a transformação digital das instituições de crédito de forma sustentável, bem governada e baseada no risco. O relatório da Supervisão Bancária do BCE, publicado no ano passado, sobre os principais critérios de avaliação e boas práticas no domínio da digitalização revelou um aumento significativo da taxa de adoção da IA nos serviços bancários. Análises específicas e inspeções no local realizadas em 2024 e 2025 confirmaram esta evolução. Embora os casos de utilização da IA abranjam um vasto leque de atividades, no passado, o controlo prudencial sublinhou a importância de uma maior adoção da IA na classificação de crédito e na deteção de fraudes, assim como o potencial ainda incipiente, mas extremamente disruptivo, da IA generativa[34]. Em 2025, a Supervisão Bancária do BCE intensificou a monitorização da utilização da AI e da AI generativa, recolhendo dados das instituições de crédito. As autoridades de supervisão continuaram igualmente a interagir com as instituições de crédito, a fim de conhecer melhor casos específicos de utilização e avaliar o seu impacto e pertinência da perspetiva do risco microprudencial.
Futuramente, a Supervisão Bancária do BCE continuará a acompanhar a utilização geral da IA, adotando, ao mesmo tempo, uma abordagem mais centrada nas aplicações assentes na IA generativa utilizadas pelas instituições de crédito. A ênfase na IA generativa visa alargar o âmbito das verificações permanentes das aplicações assentes na IA com implicações prudenciais utilizadas pelas instituições de crédito. Tal deverá levar a uma avaliação mais ampla da importância prudencial da evolução atual e futura das instituições de crédito neste domínio e à adoção de uma orientação prudencial sobre a materialidade dessas aplicações assentes na IA e dos riscos inerentes, constituindo a base para futuras análises. Em paralelo, a Supervisão Bancária do BCE também participa ativamente nas discussões em torno da aplicação do regulamento da UE em matéria de IA e tenciona cooperar com as autoridades de fiscalização do mercado a nível nacional e com a EBA.
Além da IA, a Supervisão Bancária do BCE continuará a observar o horizonte tecnológico para permanecer na vanguarda. Como o setor bancário opera num panorama em rápida transformação – impulsionada pela inovação tecnológica e pelo surgimento de instituições não bancárias –, estas atividades permitem identificar e compreender as tendências estruturais e os fatores de risco que é expectável virem a moldar o futuro das instituições de crédito a médio e longo prazo. Promovem também uma integração gradual das constatações nos quadros prudenciais e na estratégia de supervisão. Neste contexto, o rápido crescimento das criptomoedas estáveis, o número crescente de casos de utilização e a complexidade subjacente, mas também as implicações para as instituições de crédito (incluindo a prestação de serviços financeiros a emitentes de criptomoedas estáveis) podem acarretar riscos materialmente relevantes, se não forem compreendidos e geridos de forma correta. As autoridades de supervisão acompanharão igualmente os desenvolvimentos neste domínio e interagirão com as instituições de crédito de forma direcionada, a fim de garantir uma gestão do risco sólida também neste domínio.
2.3.3.1 Principais atividades integradas no programa de trabalho associado a estas prioridades prudenciais
- Encontros de trabalho específicos, a nível horizontal, com uma seleção de instituições de crédito, sobre aplicações assentes na IA generativa, com vista a reforçar os conhecimentos das autoridades de supervisão acerca do modo como as instituições utilizam essas aplicações
- Cooperação com as autoridades de fiscalização do mercado responsáveis pelo regulamento em matéria de IA e com a EBA.
Caixa 1
Ciclo de supervisão – planeamento integrado das atividades prudenciais
A definição de prioridades prudenciais e o planeamento estratégico são fundamentais, no sentido de assegurar uma supervisão eficaz e facilitar um processo de planeamento eficiente para as instituições de crédito. Através de uma abordagem integrada, as prioridades prudenciais servem de base para o planeamento das atividades de supervisão no ciclo seguinte. As principais componentes incluem o planeamento de atividades horizontais, missões no local e iniciativas das ECS[35].
O planeamento integrado abrange todas as atividades de supervisão de cada instituição, incluindo atividades remotas e no local, horizontais e específicas. Uma vez definidas as prioridades prudenciais gerais e selecionadas as atividades horizontais, as ECS definem os principais objetivos e atividades para cada entidade supervisionada. O plano de atividades de supervisão constitui um resumo do que é estabelecido. Este processo inclui avaliar a relevância de cada risco, à luz das vulnerabilidades da instituição de crédito em causa e determinar as medidas prudenciais em consonância com as prioridades prudenciais e os níveis de tolerância ao risco. Com base nessas avaliações, as autoridades de supervisão desenvolvem programas de trabalho, adaptados ao perfil de risco da entidade supervisionada e abrangendo todas as atividades prudenciais. Para assegurar transparência e previsibilidade, os planos de atividades de supervisão são comunicados anualmente às instituições de crédito no início do ciclo de supervisão.
Os diferentes elementos dos programas de trabalho são selecionados para assegurar que a supervisão do BCE é baseada no risco e proporcionada e que os recursos das instituições de crédito e das autoridades de supervisão são utilizados da forma mais eficiente possível. Isso significa que o nível de atividades de supervisão varia consoante as instituições – quanto mais elevado for o risco de uma instituição, mais intensa será a supervisão. Existe uma ligação direta entre o perfil de risco geral de uma instituição e o nível de atividades de supervisão.
Nas reformas em curso destinadas a aumentar a eficiência e eficácia da supervisão bancária, mantendo simultaneamente uma clara incidência no risco, o BCE está a aperfeiçoar o seu processo de planeamento da supervisão. As melhorias visam alinhar e integrar melhor as atividades de supervisão, assegurando uma maior complementaridade e evitando a duplicação de esforços. Melhorias concretas que beneficiam as instituições de crédito e as autoridades de supervisão incluem i) a definição de prioridades prudenciais centradas nas vulnerabilidades específicas das instituições de crédito e a subsequente determinação de atividades prudenciais mais racionalizadas para alcançar os objetivos estratégicos correspondentes; ii) o reforço das sinergias entre atividades horizontais, missões no local e atividades das ECS, levando a uma redução da sobreposição de pedidos dirigidos às instituições de crédito sobre aspetos semelhantes; e iii) a comunicação dos planos de atividades de supervisão com maior antecedência, permitindo às instituições de crédito um melhor planeamento e sequenciação dos esforços de resolução.
Atividades de supervisão incluídas nos programas de trabalho
- Análises temáticas: trata‑se de atividades coordenadas a nível central que abrangem a maioria das entidades supervisionadas. Centram‑se no apuramento de factos e numa análise comparativa face às prioridades prudenciais definidas pelo Conselho de Supervisão. Os resultados podem ser utilizados para ajudar o BCE a elaborar orientações prudenciais[36], melhorar a identificação de riscos a nível do sistema e promover boas práticas.
- Análises específicas: têm objetivos idênticos aos das análises temáticas, mas incidem sobre um conjunto mais específico de aspetos e abrangem um menor número de entidades supervisionadas, seguindo uma abordagem baseada no risco. A amostra de instituições é selecionada de acordo com a tolerância ao risco definida pelas ECS das entidades supervisionadas em causa.
- Análises aprofundadas: envolvem, em regra, análises exaustivas de temas idiossincráticos selecionados por uma ECS para dar resposta a preocupações específicas.
- Inspeções no local: visam proporcionar uma análise exaustiva de múltiplos riscos, sistemas de controlo interno, modelos de negócio e regimes de governo. São realizadas pelo BCE e pelas autoridades de supervisão nacionais de acordo com um âmbito e calendário predefinidos, nas instalações das entidades jurídicas inspecionadas. Integram o processo de supervisão geral e têm de ser baseadas no risco, proporcionadas, prospetivas e orientadas para a ação. O recurso a inspeções no local é estreitamente coordenado com as ECS, que contribuem para o planeamento das mesmas (por exemplo, através da definição do plano de atividades de supervisão), a preparação de recomendações dirigidas às instituições de crédito em causa e o seguimento a dar a eventuais medidas corretivas ou prudenciais.
Os resultados de todas as atividades acima descritas são utilizados no SREP anual ou em outras atividades prudenciais. As constatações pertinentes podem resultar na definição de medidas qualitativas e/ou quantitativas específicas para cada instituição.
Na elaboração de programas de trabalho para apoiar as prioridades prudenciais e determinar os instrumentos de supervisão mais adequados à consecução dos objetivos, o BCE segue uma abordagem assente na identificação e correção do risco. Esta envolve, em primeiro lugar, uma análise específica e uma análise comparativa das práticas das entidades supervisionadas. A materialidade das constatações efetuadas nessas análises é então avaliada, sendo, subsequentemente, solicitada às entidades supervisionadas uma resolução de acordo com as modalidades e os prazos discutidos com as autoridades de supervisão. Em caso de desvios, o BCE pode tomar medidas vinculativas, a fim de assegurar uma resolução atempada das constatações materialmente relevantes, e exercer o seu poder para impor medidas coercivas e sanções, com vista a garantir que a correção das deficiências é concluída de forma eficaz e no prazo estipulado[37].
Banco Central Europeu, 2025
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Telefone +49 69 1344 0
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Para uma definição da terminologia específica, consultar o glossário do MUS.
HTML ISBN 978-92-899-7477-6, ISSN 2599-8501, doi:10.2866/8305682, QB-01-25-230-PT-Q
Ver “Aggregated results of the 2025 SREP”, BCE, novembro de 2025.
Ver a caixa 1: “Ciclo de supervisão – planeamento integrado das atividades prudenciais” para mais informações sobre o processo de planeamento da supervisão.
Ver as previsões económicas da primavera de 2025 da Comissão Europeia, publicadas em maio de 2025.
Ver a secção intitulada “Financial markets”, no , BCE, maio de 2025.
Ver as projeções macroeconómicas para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE, publicadas em setembro de 2025.
Ibid.
Ver a declaração de política monetária do BCE de 11 de setembro de 2025.
Ver o , publicado pelo BCE em maio de 2025.
Ibid.
Ibid.
Ver a declaração introdutória de Claudia Buch, presidente do Conselho de Supervisão do BCE, na audição perante a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, 15 de julho de 2025.
Ver o , publicado pelo BCE em maio de 2025.
Ver as Orientações sobre a concessão e a monitorização de empréstimos (EBA/GL/2020/06).
A evolução dos riscos é difícil de captar/modelizar recorrendo a modelos tradicionais de perdas de crédito esperadas, devido à sua natureza incerta e à falta de dados históricos.
Ver IFRS 9 overlays and model improvements for novel risks, BCE, julho de 2024.
Os resultados do exercício de 2019 foram comunicados ao público em geral numa publicação específica dirigida ao setor. Ver Trends and risks in credit underwriting standards of significant institutions in the Single Supervisory Mechanism, BCE, junho de 2020.
Ver European state of the climate: Report 2024, Copernicus Climate Change Service (C3S) e World Meteorological Organization (WMO), 2025.
Ver , Agência Europeia do Ambiente, junho de 2025.
Ver , Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (European Insurance and Occupational Pensions Authority – EIOPA), fevereiro de 2024.
Uma grande percentagem de empresas cotadas não tem objetivos alinhados com a trajetória de redução do aquecimento global para 2 °C ou menos. Ver , março de 2025.
O cenário de transição “run on brown” centra‑se nos riscos climáticos de curto prazo, que se concretizam sob a forma de correções dos preços dos ativos desencadeadas por uma reavaliação súbita do risco de transição.
Ver , Autoridades Europeias de Supervisão e BCE, novembro de 2024.
Ver o , março de 2025.
Ver “Natural catastrophes: insured losses on trend to USD 145 billion in 2025”, Sigma report, n.º 1, Swiss Re Institute, 29 de abril de 2025.
Ver Clark, P., “How the next financial crisis starts”, Financial Times, 26 de junho de 2025.
Ver Trust, S. et al., Planetary Solvency – finding our balance with nature, Institute and Faculty of Actuaries, University of Exeter, janeiro de 2025.
Ver Tuominen, A., “Operational resilience in the digital age”, Blogue da Supervisão, BCE, 17 de janeiro de 2025.
Ver Montagner, P., “Information and communications technology resilience and reliability”, discurso proferido na Cimeira Bancária de Frankfurt, Frankfurt am Main, 2 de julho de 2025.
Ver What we can learn about building a resilient energy grid from the Iberian power outage, Fórum Económico Mundial, 16 de maio de 2025.
Ver , Fórum Económico Mundial, 13 de janeiro de 2025.
Ver “Outsourcing trends in the banking setor”, Supervision Newsletter, BCE, 19 de fevereiro de 2025.
Para mais informações, ver “Aggregated results of the 2025 SREP”, BCE, novembro de 2025.
Ver “Sound risk data reporting: key to better decision‑making and resilience”, Supervision Newsletter, BCE, fevereiro de 2025.
Para mais informações, ver “Aggregated results of the 2025 SREP”, BCE, novembro de 2025.
Para mais informação sobre o ciclo de supervisão e a abordagem integrada, ver o , BCE, janeiro de 2024. Para mais informação sobre as inspeções no local, ver o Guia sobre inspeções no local e verificações de modelos internos, BCE, setembro de 2018.
Ver, a título de exemplo, os guias de supervisão do BCE.
Ver também a página sobre medidas prudenciais no sítio do BCE dedicado à supervisão bancária.