- COMUNICADO
BCE realizará teste de esforço a 96 instituições de crédito da área do euro em 2025
20 de janeiro de 2025
- O BCE examinará 51 das instituições de crédito de maior dimensão da área do euro no âmbito do teste de esforço regular a nível da UE conduzido pela EBA.
- O BCE efetuará um teste de esforço paralelo a 45 instituições de crédito que não integram a amostra da EBA.
- A apresentação de projeções insuficientemente prudentes será objeto de um escrutínio adicional, designadamente através de visitas no local.
- Uma análise adicional centrada no risco de crédito da contraparte será utilizada para avaliar as capacidades de modelização das instituições de crédito e as vulnerabilidades decorrentes de ligações a intermediários financeiros não bancários.
Em 2025, o Banco Central Europeu (BCE) realizará um teste de esforço a um total de 96 instituições de crédito sob a sua supervisão direta. Mais especificamente, os técnicos de supervisão do BCE examinarão 51 das instituições de crédito de maior dimensão da área do euro – as quais representam cerca de 75% dos ativos bancários da área do euro – no âmbito do teste de esforço a nível da União Europeia (UE) de 2025, coordenado pela Autoridade Bancária Europeia (European Banking Authority – EBA). Em paralelo, o BCE efetuará o seu próprio teste de esforço a 45 instituições de crédito de média dimensão, não incluídas na amostra da EBA devido à sua menor dimensão. O BCE planeia publicar os resultados de ambos os testes de esforço em inícios de agosto de 2025. Os resultados clarificarão a forma como choques adversos hipotéticos afetam a resiliência das instituições de crédito em condições macroeconómicas difíceis.
A EBA coordenará o teste de esforço a nível da UE em estreita colaboração com o BCE e as autoridades de supervisão nacionais da UE fora do Mecanismo Único de Supervisão (MUS). O teste da EBA será conduzido aplicando a metodologia e os modelos do teste de esforço da EBA, bem como os cenários fornecidos pelo Comité Europeu do Risco Sistémico.
O teste de esforço a nível da UE seguirá uma abordagem “da base para o topo”, com alguns elementos “do topo para a base”. As instituições de crédito aplicarão os seus próprios modelos para projetar o impacto dos cenários, estando sujeitas a regras rigorosas e a um exame exaustivo pelas autoridades competentes, o qual envolverá a utilização de modelos de supervisão para uma análise comparativa dos principais parâmetros de risco entre geografias e modelos de negócio. A metodologia utilizada pelo BCE no teste de esforço a realizar às 45 instituições de crédito não incluídas na amostra da EBA será consentânea com a metodologia do teste de esforço a nível da UE conduzido pela EBA, tendo simultaneamente em conta a menor dimensão geral e a menor complexidade das instituições de crédito abrangidas.
Em testes de esforço anteriores, algumas instituições de crédito apresentaram projeções demasiado otimistas, ou seja, que não refletiam plenamente o impacto do cenário de teste de esforço, à luz dos perfis de risco específicos dessas instituições. Durante o exercício de 2025, o BCE reforçará, portanto, o exame da apresentação de projeções insuficientemente prudentes. As instituições de crédito que adotem este comportamento serão objeto de um escrutínio adicional na fase de garantia da qualidade, incluindo potencialmente visitas no local. Com base nas informações recolhidas durante essas visitas e no resultado geral do controlo da qualidade, algumas instituições de crédito poderão ser sujeitas a inspeções no local após a conclusão do teste de esforço, a fim de identificar deficiências estruturais no seu quadro de testes de esforço e promover melhorias nas respetivas capacidades de teste de esforço. As instituições de crédito que não consigam reiteradamente corrigir as deficiências no seu quadro de testes de esforço poderão ser objeto de outras medidas no âmbito de um processo de intensificação nos exercícios subsequentes.
Os resultados do teste de esforço servirão para atualizar as orientações do Pilar 2 de cada instituição de crédito no contexto do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (Supervisory Review and Evaluation Process – SREP). Dada a importância da agregação de dados sobre o risco e da capacidade de reporte para a resiliência das instituições de crédito, o teste de esforço de 2025 centrar-se-á na avaliação da qualidade dos dados fornecidos pelas instituições em causa. O BCE poderá solicitar às instituições de crédito que corrijam as deficiências mais graves detetadas no seu reporte de dados, tendo esses resultados um impacto direto no SREP. As conclusões qualitativas relativas a deficiências nas práticas de teste de esforço das instituições de crédito poderão também afetar as notações das instituições de crédito relacionadas com a capacidade de agregação de dados sobre o risco e, por conseguinte, os requisitos do Pilar 2. Serão igualmente tomadas em conta em outras atividades de supervisão. Por último, o exercício de teste de esforço apoiará as funções macroprudenciais e o BCE avaliará as implicações macroprudenciais dos resultados para a área do euro.
Além disso, no teste de esforço de 2025, o BCE procederá a uma análise de cenários centrada no risco de crédito da contraparte numa seleção de instituições de crédito. Tal permitirá às autoridades de supervisão aferir em que medida as instituições de crédito podem modelizar o risco de crédito da contraparte em condições de tensão no mercado e avaliar até que ponto as instituições de crédito são vulneráveis devido a interligações com intermediários financeiros não bancários. Em última análise, tal ajudará a colmatar as deficiências nos quadros das instituições de crédito relativos à gestão do risco de crédito e do risco de crédito da contraparte, em consonância com as prioridades prudenciais no período de 2024 a 2026 e no período de 2025 a 2027. As constatações efetuadas contribuirão para a supervisão quotidiana – por exemplo, aperfeiçoando as avaliações de vulnerabilidades nas carteiras do risco de crédito da contraparte e analisando as práticas de teste de esforço das instituições de crédito. Este exercício não terá implicações em termos de fundos próprios, mas poderá ser tido em conta no SREP. Os resultados agregados do cenário exploratório centrado no risco de crédito da contraparte serão publicados em inícios de agosto, a par dos resultados do teste de esforço realizado pelo BCE.
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